ATA DA VIGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO SOLENE DA SEXTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 26.05.1988.

 

 

Aos vinte e seis dias do mês de maio do ano de mil novecentos e oitenta e oito reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Vigésima Segunda Sessão Solene da Sexta Sessão Legislativa Ordinária da Nona Legislatura, destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadã Emérita à Advogada Mercedez de Moraes Rodrigues, concedido através do Projeto de Resolução nº 37/87 (proc. nº 2170/87). Às dezessete horas e quarenta e um minutos, constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e convidou os Líderes de Bancada a conduzirem ao Plenário as autoridades e personalidades presentes. Compuseram a MESA: Ver. Brochado da Rocha, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Dr. Manoel André da Rocha, Procurador Geral do Estado, representando, neste ato, o Sr. Governador do Estado, Dr. Pedro Simon; Dep. Mário Madureira, representando, neste ato, o Presidente da Assembléia Legislativa, Dep. Algir Lorenzon; Dr. Daniel Cunha, representando, neste ato, o Secretário de Minas e Energia, Dr. Alcides Saldanha; Dr. Fábio Rosa, Vice-Presidente da Associação dos Procuradores do Estado do Rio Grande do Sul; Prof. Irmão Avelino Madallozzo, Vice-Reitor da Pontifícia Universidade Católica, representando, neste ato, o Magnífico Reitor Norberto Rauch; Advogada Mercedez de Moraes Rodrigues, Homenageada; Dr. Hélio Rodrigues, Cônjuge da Homenageada, representando, neste ato, a Federação dos Trabalhadores da Indústria Metalúrgica e Federação dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil; Verª Gladis Mantelli, 1ª Secretária da Casa. A seguir, o Sr. Presidente concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Ver. Nilton Comin, como proponente da Sessão e em nome das Bancadas do PMDB, PDS e PL, comentou o acolhimento unânime desta Casa à concessão do presente título, discorrendo sobre a dedicação da Homenageada à testa da LBA, onde desenvolve um importante trabalho, conseguindo modificar o processo estagnado e burocrático daquela entidade, sempre em busca de uma melhor assistência à população. Salientou a presença política de S.Sa., como pessoa de personalidade ativa e possuidora da confiabilidade dos porto-alegrenses. O Ver. Raul Casa, em nome da Bancada do PFL, disse de sua satisfação por representar seu Partido na presente homenagem, destacando a amizade que o une a Sra. Mercedez de Moraes Rodrigues. Declarou que esta Casa, hoje, faz justiça a quem vem se destacando na causa pública, como um exemplo de luta em prol dos menos favorecidos. O Ver. Lauro Hagemann, em nome da Bancado do PCB, ressaltou o profundo carinho que sente por Hélio e Mercedez Rodrigues, discorrendo sobre o significado do título de Cidadão Emérito, como o reconhecimento àqueles que dedicaram sua vida ao bem comum e ao desenvolvimento da Cidade. Discorreu sobre o trabalho da Homenageada junto a LBA, onde S.Sa. tem sido responsável pela criação de obras de suma importância social para a comunidade. E o Ver. Brochado da Rocha, em nome da Bancada do PDT, teceu comentários sobre as lutas políticas das quais sempre participou a Homenageada, já desde sua época estudantil, em busca da justiça social. Salientou que S.Sa. jamais se rendeu às forças opressoras que dominavam o País. Destacou a tenacidade e coerência demonstradas pela Srª Mercedez de Moraes Rodrigues, em sua trajetória de vida, constantemente acompanhada de seu cônjuge, Dr. Hélio Rodrigues. A seguir, o Sr. Presidente convidou os Vereadores Nilton Comin e Gladis Mantelli a procederem à entrega, respectivamente, do Título Honorífico de Cidadã Emérita e do Troféu “Frade de Pedra” à Advogada Mercedez de Moraes Rodrigues e concedeu a palavra a S.Sa., que agradeceu a homenagem prestada pela Casa. Após, o Sr. Presidente fez pronunciamento alusivo à solenidade, convidou as autoridades e personalidades presentes a passaram à Sala da Presidência e, nada mais havendo a tratar, levantou os trabalhos às dezenove horas e um minuto, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Ver. Brochado da Rocha e secretariados pela Verª Gladis Mantelli. Do que eu, Gladis Mantelli, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelo Sr. Presidente e por mim.

 

 

O SR. PRESIDENTE: Declaro abertos os trabalhos da presente Sessão Solene em que a Câmara Municipal de Porto Alegre, através de Projeto de Resolução, concede o título honorífico de Cidadã Emérita à advogada Mercedez de Moraes Rodrigues.

Inicialmente, cumprimento os senhores e senhoras aqui presentes que vieram prestigiar o ato em que a Casa concede o título de Cidadã Emérita à Sra. Mercedez Rodrigues.

Concedemos a palavra ao Ver. Nilton Comin, autor da proposição, que falará em nome do PMDB, PDS e PL.

 

O SR. NILTON COMIN: (Menciona os componentes da Mesa.) Autoridades federais, estaduais e municipais; Srs. Vereadores desta Casa; nossos convidados, especialmente associações comunitárias, clubes de mães, clubes de serviços.

Sr. Presidente, foi em setembro de 1987 que entrou nesta Casa um pedido para ser examinado pela Câmara de Vereadores de Porto Alegre, um pedido de Título Honorífico, que seria examinado pelas Comissões que trabalham nesta Casa. E, nesse título, se fazia menção a uma mulher, Mercedez de Moraes Rodrigues, que, dirigindo um órgão dos mais importantes deste Brasil, a Legião Brasileira de Assistência, teve o acolhimento unânime desta Casa. Todos os Srs. Vereadores, de todas as siglas partidárias, entenderam por bem colocar o seu voto de acolhida à proposta deste Vereador, apresentada ao Sr. Presidente desta Casa. Existem momentos na vida em que o homem público deixa a sua sigla partidária para ver o bem comum, e há nomes de homens públicos que transcendem as barreiras eventuais de todas as siglas partidárias. E, quando eu disse do homem, eu deveria dizer da mulher que foi Mercedez de Moraes Rodrigues. (Palmas.) Mercedez, como é conhecida em toda a nossa Cidade, a Tia Mercedez, a Dra. Mercedez, principalmente onde ela trabalha, que é nas vilas populares desta Cidade. É entre as comunidades carentes desta Cidade que Mercedez de Moraes Rodrigues é conhecida. Ela é advogada, professora universitária, mãe de quatro filhos, três moças e um rapaz, casada com o Dr. Hélio Rodrigues, um profissional, advogado classista. Nesta composição de esforços pela sua comunidade, eu tenho certeza que ela se espelhou na sua família. É na sua composição familiar que ela dedica e que ela consegue a energia necessária para levar àquelas pessoas mais humildes, lá do morro mais distante de Porto Alegre, lá do bairro mais necessitado de Porto Alegre, lá do barraco mais carente da Cidade. E leva o quê? A sua inteligência, para alguns programas fundamentais, que ela implantou na LBA. A Legião Brasileira de Assistência, a moldes antigos, era um órgão que funcionava burocraticamente. Quase todos os órgãos, no Brasil, há algumas décadas, funcionavam burocraticamente; o cidadão andava com o papel na mão, à procura, moço me informa onde fica a LBA; ela fica em tal rua, chega em tal lugar e bate na porta; e lá, batendo nessa porta, tinha um funcionário, ou vários, sentados, que faziam o atendimento; era a burocracia estatal brasileira, independente de siglas e partidos políticos. Mercedez de Moraes Rodrigues modificou esse processo: em vez de baterem na sua porta, ela é que vai nas vilas e nos bairros. E como é que ela foi lá? Batendo na porta? Sim, batendo na porta, mas com programas específicos para cada situação. E quero, aqui, colocar alguns desses programas, os mais importantes, certamente não poderei colocar todos, porque o tempo é curto, e todos nós temos as nossas atividades e programações. Diria, em primeiro lugar, que as creches comunitárias, implantadas através de associações comunitárias, que foram o núcleo básico, eu assisti, fui convidado por Dona Mercedez, ao lado de ilustres Vereadores, quando ela distribuía cheques para que as creches comunitárias pudessem ser construídas em etapas, e em cada etapa ela dava o reforço necessário para que a creche pudesse ser completada. Ela fazia convênios com a SEC, as escolas selecionavam seus alunos, e sempre existiram na LBA comissões técnicas que orientavam os que construíam. O Mutirão Legal, outro programa de grande alcance social, era feito nas vilas nos fins de semana, e lá, o que era feito? Aquela documentação que quase todo brasileiro humilde e simples não pode ter: certidão de nascimento, de casamento, carteira de identidade, aqueles documentos mais importantes, o documento de reservista que havia sido perdido; lá, o Mutirão Legal cadastrava e entregava depois o documento. Programa de grande alcance social implantado e implementado por Mercedez de Moraes Rodrigues. Outro programa, as Microempresas Sociais, programa que eu não sei dimensionar o seu alcance social. Se alguns companheiros tinham um pequeno aviário, ou queriam ter um pequeno aviário, eram dadas uma, duas, três galinhas para iniciar o aviário. E assim esse programa de microempresa se estendia aos mais diversos setores. Eu citei aviário, mas podia citar criação de porcos, etc. Mercedez implantou modelo semelhante à sua pessoa, o Pró-Mulher, mulher livre e trabalhadora, progressista nas suas idéias ideológicas e partidária, porque ela pertence a uma sigla política. A pessoa que assina e assume um compromisso, se filia ao quê? A um partido político. É lá que se faz a política. E lá que se defende as suas idéias políticas. Mercedez, filiada ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro, o PMDB, sempre ajudou na adversidade ou na prosperidade, a ajudar o seu partido. No Pró-Mulher, Mercedez, sentindo a necessidade das mulheres, procurou ajudá-las, como ajudá-las? Procurando complementar a sua documentação básica, porque a mulher carente, por ser carente, ela é carente em quase tudo, talvez ela só tenha a sua força, a sua força espiritual e moral para poder constituir a sua família, ajudar a sua Cidade e a sua pátria. Lá ela estendeu os cursos profissionalizantes. Lá ela lutou contra a violência que é dada à mulher brasileira. Lá ajudou, de uma maneira diferente, a criar isto que tem hoje, a Polícia Feminina. As jovens oficiais que ajudam a proteger a mulher espancada, violentada em todos os seus direitos. Mercedez não parou por aí. Ela procurou também distribuir através do Projeto de Microempresas, procurou fazer com que esse Projeto tenha atingido um número expressivo, o Projeto de Microempresas alcançou 16 mil pessoas, com 304 unidades de creches comunitárias. E ela foi, com creches comunitárias, com microempresas, com mutirão legal, foi se estendendo às vilas da Cidade, foi atendendo aquilo que eu disse no início, que era feito pela parte burocrática. Hoje, quando o nome de Mercedez de Moraes Rodrigues é chamado pelas vilas comunitárias de Porto Alegre como uma mulher que terá mais missões a cumprir na vida pública pela sua força moral, pelo seu trabalho comunitário, seu nome está sendo lembrado diariamente na imprensa para ser uma das comandantes do Município de Porto Alegre. Quem está chamando não é a burguesia, não são as classes médias altas, não são os grandes bairros de Porto Alegre, são exatamente aquelas pessoas mais necessitadas que sentiram, através dos programas que Mercedez realizou, que ela é uma pessoa confiável na vida pública brasileira. Todos os partidos políticos têm pessoas de grande valor. A sigla partidária muitas vezes é eventual, é momentânea, alcança uma ou duas décadas, mas as pessoas que têm a confiabilidade do povo, por seu nome e seu trabalho pelas comunidades, seu nome está registrado com coisas concretas como projetos como estes que eu aqui coloquei. Esses garotos e garotas aqui representados com uma faixa que estão saudando a Câmara Municipal que é o fórum popular desta Cidade e que aqui elegeu seus Vereadores, seus representantes de todos os partidos políticos, vêm aqui dizer obrigado Câmara Municipal pelo título de Cidadã Emérita de Porto Alegre à Dra. Mercedez Rodrigues – Associação AMOVIR agradece. Nós também, seus Vereadores e este modesto colaborador, diz à Mercedez de Moraes Rodrigues que nós esperamos que S. Exa. continue este trabalho, hoje na LBA, amanhã não sei; só o povo de Porto Alegre poderá dizer. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A seguir, a Mesa concede a palavra ao Ver. Raul Casa. S. Exa., neste ato, falará em nome da Bancada do PFL com assento nesta Casa.

 

O SR. RAUL CASA: (Menciona os componentes da Mesa.) Muitas são, Mercedez, as alegrias que tem o homem público, nesta busca que fazemos em favor do bem comum. Quero que saibas que hoje tomei a liberdade de me escalar para te saudar e deixar que muito mais do que as palavras gravadas, falasse o amigo e colega, nesta solenidade em que a Câmara Municipal de Porto Alegre se engalana para destacar e proclamar para a comunidade quem se fez merecedor desta honraria. A Câmara Municipal de Porto Alegre, pela iniciativa do nosso ilustre companheiro Ver. Nilton Comin, faz justiça a quem se vem destacando na atividade pública como um exemplo de dedicação à causa dos menos favorecidos. Me recordava, há pouco, o meu companheiro de Partido – PFL – Ver. Artur Zanella, algo que lhe disse – e o disse também para mim – o Dr. Ildo Meneghetti, com quem tive o privilégio de trabalhar, o político: os ricos esquecem, mas o povo, Mercedez, este povo que está aqui, este não esquece. Por isso, te prestamos essa homenagem, para te dizer que as grandes lições de vida não são aquelas que os livros nos dão; as grandes lições da vida são aquelas que nós recebemos pelo exemplo.

Já dizia Victor Hugo que “quando uma estrela te chamar, segue-a. Se ela te conduzir ao pântano da vida pouco importa, dele sempre encontrarás força para saíres; mas, se não a seguires poderás passar a vida toda te atormentando com o pensamento de que, talvez, tenha sido tua estrela”. Acho, Mercedez, que esta é a tua estrela. A estrela representada por aqueles que aqui vêm te prestigiar. Não vou me referir a tua obra, a tua atividade, eis que ela é conhecida e reconhecida por todos, apenas, também, evocar, porque acho que cabe, um outro pensamento quando nós vemos o reconhecimento público se destacar numa homenagem como esta. Rui Barbosa já dizia que “enquanto houver uma réstia de esperança - e vemos que há – não há porque nos desesperarmos da sorte do bem”. A injustiça pode se impacientar porque é precária. A verdade, Mercedez, jamais impacienta porque ela é eterna. Quando praticamos uma ação de bem não sabemos se é para hoje, mas a verdade é que seus frutos podem ser tardios, mas são certos. Uns plantam a semente da couve para o alimento do amanhã, outros plantam a semente do carvalho para o abrigo do futuro. Aqueles que são egoístas, plantam para si, estes plantam para a felicidade do gênero humano, para a felicidade de todos os homens. Com tua obra, Mercedez, com o teu exemplo, com o conhecimento que todos nós temos de tua vida, do Hélio junto de teus filho: a Camila, a Aline, o Santiago e a Gisela, podes ter certeza que teus pais, Franklin e Elvira, com quem certamente repartes esta homenagem, poderão dizer que a tua vida não foi em vão e que, enquanto houver pessoas como tu, sempre haverá esperanças. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa concede a palavra ao Ver. Lauro Hagemann. S. Exa. falará em nome do PCB.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: (Menciona os componentes da Mesa.) Srs. Vereadores, familiares da homenageada, amigos da homenageada, senhoras e senhores.

Em meu nome pessoal e em nome do Partido que represento nesta Casa, o Partido Comunista Brasileiro, não poderia deixar de me associar neste ato que traz para esta Casa a maior assistência que temos tido nos últimos tempos para uma homenagem desta natureza.

Me ligam à Dra. Mercedez e ao Dr. Hélio laços muitos antigos de fraternal amizade. Ouso, até, uma revelação, que de quase todos, até, seja desconhecida: fui padrinho de casamento do casal... (Palmas.)

...isto quando ambos iniciavam a sua vida profissional. Mais o Dr. Hélio, como advogado do então incipiente Sindicato dos Radialistas do Rio Grande do Sul. Não me perguntem quanto tempo faz isto, nós somos jovens, acreditamos no futuro, por isso estamos aqui.

Quando a Cidade, através de seus representantes, escolhe uma personalidade para homenagear, ela cumpre um ato de justiça, um ato de reconhecimento. Vários desses atos já tem sido objeto de nossa preocupação. E esta Casa tem sido palco, freqüentemente, de solenidades como esta, não com tão avultado número de presenças. Mas, são cerimônias que evocam pessoas cuja atividade serviu e serve à Cidade. E por isso a nossa preocupação em reconhecermos, em mostrarmos à sociedade e aos pósteros que, nesta época, passaram pessoas por esta Cidade que merecem o nosso reconhecimento, que merecem o nosso aplauso e, sobretudo, que merecem justiça pelo que praticaram, pelo bem que espargiram. Neste caso está a Dra. Mercedez de Moraes Rodrigues. Uma criatura excepcional, voltada desde jovem, ou de mais jovem, à problemática social e que hoje encontra na LBA, como sua Superintendente, o terreno mais adequado, mais fértil para o desenvolvimento dessa atividade.

Me ligam, por outro lado, à Dra. Mercedez e ao Dr. Hélio, seu esposo - e a nossa antiga e fraternal amizade me permite ousar dizer isso - afinidades ideológicas que nos têm acompanhado pela vida afora. Afinidades ideológicas que a Dra. Mercedez vem procurando imprimir na sua atividade. Eu devo dizer, com muita clareza, que a Dra. Mercedez não é membro do Partido Comunista Brasileiro, mas nos ligam laços de profunda identidade. E não é por acaso que, na própria LBA, uma companheira nossa e naturalmente com a adesão da Dra. Mercedez foi a gestante embrionária do Pró-Mulher que, hoje, é um símbolo da LBA do Rio Grande do Sul.

É também criação sua o Centro de Pesquisas Angelina Gonçalves, uma militante comunista que foi assassinada em Rio Grande, em 1950. A história não costuma registrar estas coisas, mas esta também é uma rara oportunidade de citarmos estes acontecimentos, para que a população comece, gradativamente, a fazer a sua memória. A Dra. Mercedez tem um compromisso, e o está cumprindo, de levar a LBA, através de todos os serviços que presta no campo social, e de atender a esta incipiente democracia que nós estamos tentando a duras penas praticar neste País, obstaculizada por óbices que, às vezes, nos parecem insuperáveis, mas que devemos ter a consciência de que temos e devemos superá-los, para que a sociedade do futuro não venha a nos cobrar a omissão, a ação negativa destes momentos cruciais pelos quais estamos passando. E isto, tenho certeza, a Dra. Mercedez há de saber cumprir. Competência ela tem, juventude também. E uma força de vontade extraordinária, porque conheço bem a trajetória deste casal, iniciada sob os mais duros auspícios, mas que soube vencer as dificuldades, os óbices, e aqui está hoje, para receber esta homenagem que a Cidade lhe presta. O Dr. Nilton Comin, ilustre companheiro, Vereador desta Casa, teve a felicidade de apresentar o Projeto e de vê-lo aprovado por unanimidade. Isto é um sinal, junto com toda esta assistência, de que o trabalho da Dra. Mercedez é reconhecido e merece o nosso aplauso. Bem-vinda, Dra. Mercedez, à Confraria dos Cidadãos Eméritos de Porto Alegre! Muito Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. BROCHADO DA ROCHA: Convido a Sra. Secretária, Verª Gladis Mantelli, para assumir a Presidência dos trabalhos.

 

A SRA. PRESIDENTE: Concedo a palavra ao Ver. Brochado da Rocha, que falará em nome da Bancada do PDT.

 

O SR. BROCHADO DA ROCHA: Sra. Bacharel Mercedez Rodrigues, Dr. Hélio Rodrigues, autoridades que compõem a Mesa, parentes, pais, parentes da nossa homenageada no dia de hoje, colegas da nossa homenageada no dia de hoje, amigos da nossa homenageada no dia de hoje, admiradores da nossa homenageada no dia de hoje.

Primeiro, quero dizer que cada um que vem a esta Tribuna tem as suas próprias razões, as sua próprias convicções, que extrapolam, até mesmo, a exposição de motivos que os norteou para votar favoravelmente ao título que ora é concedido. Em verdade, a nossa homenageada representa, no dia de hoje, o símbolo de uma época e de um tempo, de um tempo de luta, e de um tempo em que se fazia uma opção, a opção de lutar por um mundo diferente, ou apenas ficar abrigado pelos grilhões da ditadura e pelos tanques, ao lado dos poderosos, e ao lado dos opressores, e foi aí, exatamente, depois de ela sair de sua terra – Vacaria – que encontrava este que lhes fala, para junto com seu cônjuge, Hélio Rodrigues, estabelecermos um divisor de pessoas que se colocavam de um lado ou de outro lado. E aqui quero registrar que lutávamos, tal qual aquela mocidade francesa que há pouco foi noticiada pelos jornais, por um mundo diferente. Queríamos, junto com Mercedez, junto com Hélio, a reforma agrária, a reforma urbana, a reforma universitária, a reforma do ensino; queríamos a reforma da estrutura social deste País.

Naquela ocasião gozávamos todos nós de uma ampla liberdade de falar e agir e avançávamos, querendo tornar o nosso País um País que não nos envergonhasse, eis que nós tínhamos naquela época, na década de 1960, a faculdade de poder cursar uma universidade e aí com os seus compromissos, compromissos esses que a homenageada perseguiu com a sua tenacidade tão grande, acima de quaisquer siglas, ou acima de qualquer situação.

Em verdade hoje se está conferindo um título não a uma ocupante de um cargo eventual, está se concedendo um título a uma cidadã brasileira de Vacaria que, chegando a Porto Alegre, lutou pelos desassistidos, pelos oprimidos, e que jamais se verteu a quaisquer forças. Jamais pensei em algum momento poder conferir um título a S. Sa., eis que a nós e a nossa geração parece que estava reservado um mundo subterrâneo, onde o direito de pensar e ser, onde o direito de modificar, onde o direito de assistir os desassistidos era proibido. Por tudo isto não é gratuita a presença neste Plenário de um punhado de pessoas que vêm como admiradores de Mercedez Rodrigues. Ela labutou muito para chegar aqui, ela fez muita para chegar aqui, me permitindo até mesmo ter a ousadia de oferecer, em plena Sessão Solene, uma colocação diversa daqueles que me antecederam, mais expressamente de um, diria que Mercedez Rodrigues está acima de qualquer sigla partidária. Ela é uma idéia em marcha, é uma ação em marcha, é uma inteligência a serviço de várias causas. Não importa o seu rótulo; eventualmente bacharel em Direito, talvez não pudesse ter sido, mas estaria nesta sigla, estaria neste norte. Quero deixar claro isto, que na trajetória de suas atividades militou tanto junto a sindicatos como o fez Hélio Rodrigues, sempre para admiração nossa, colegas que viam na marcha do casal exatamente um parâmetro, exatamente um paradigma: onde eles estivessem havia, de nós, a solidariedade e o desejo ardente de que vitoriosos fossem. Por isso digo que, neste momento, a Câmara Municipal de Porto Alegre, através do Requerimento do Ver. Nilton Comin, comete um ato de extrema sensibilidade e justiça, recolhendo alguém para ser homenageado, para fazer Cidadã Emérita desta Cidade aquela que contribuiu, decisivamente, e em momentos decisivos e cruciais para a sua geração, para tornarmos possíveis os nossos caminhos e não nos envergonharmos deles. Acredito que, quer na Ordem dos Advogados onde, denotadamente, Mercedez Rodrigues comparecia a esta Casa, sugerindo providências libertárias e igualitárias, quer na Procuradoria do Estado, ou onde estivesse, pouco importa, diria até que nada importa, o que importa é a sua bagagem histórica, importa é o que conseguiu conscientizar, e importa, fundamentalmente, o que neste momento consegue, apesar de vivermos num País destruído rigorosamente pelas autoridades que o dirigem, dividindo uma sociedade entre miseráveis e opulentos, ela consegue, apesar de ter um cargo, ter o carinho, o amplexo e o abraço de uma Cidade; apesar do cargo. Esta Casa, Mercedez, homenageou, nesta semana, a memória de Fernando Ferrari. E eu registrava, nesta Tribuna, que a nossa geração não aceitava o estatuto da terra de Fernando Ferrari, nós o achávamos tacanho. Hoje, a Constituinte votou algo muito mais tacanho, a tal ponto que a Lei Ordinária terá que ser revista porque a Lei Maior deste País consagra uma estrutura fundiária medieval. Por tudo isso, Mercedez, eu ontem estava junto ao Hélio a evocar os tempos de faculdade até esta parte, quero dizer que ao receber este Título, somada a história, vemos que passados tantos anos – mais de duas décadas - teremos que continuar a nossa com maior veemência porque as injustiças só se agravaram. E hoje quando esta Câmara se desloca para os bairros desta Cidade, para as vilas desta Cidade, não pedem só providências para esta Casa, de ordem municipal, pedem, também, segurança, porque esta Cidade cada vez mais se divide entre favorecidos e oprimidos, onde o índice de criminalidade aumenta; onde a falta de habitação, Dr. Madureira, é terrível; onde retrocedemos a padrões éticos e sociais aquém da Constituição de 1946, e os padrões de vida do brasileiro e porto-alegrense por conseqüência atingem a índices alarmantes. Por isso me animo a dizer a Mercedez: recebes este título apesar de exerceres um cargo, não pelo cargo, apesar do cargo, pela sua confiabilidade, pela sua fibra, pela sua história, sabendo nós que com esta homenagem estamos fazendo justiça, é verdade, mas estamos sobretudo comprometendo a homenageada para que ela retorne aos nossos sonhos, às nossas lutas, as quais, diga-se de passagem, ela nunca abandonou, mas que venhamos todos nós a resgatar a humilhação brasileira, do povo brasileiro.

Acredito, Mercedez, que ao te fazer Cidadã Emérita, a Câmara Municipal de Porto Alegre tem mais uma aliada e mais um tentáculo para prosseguir a sua jornada como Cidade, como Capital do Rio Grande do Sul, de tantas histórias, e que deseja junto contigo, junto com o Hélio, caminhar e não nos envergonharmos, nós governantes, das nossas tristezas e das condições sociais que hoje dominam a nossa Cidade, o nosso Estado e nosso País. Teria que falar assim porque assim nós falávamos e esta era a nossa linguagem, verdade que temperada hoje, mas os nossos sonhos em tornar uma sociedade igualitária não se foram. Poderão advir outros canhões, tirarão tudo de nós menos a nossa consciência e menos ainda a possibilidade de Mercedez e Hélio serem uma bandeira de justiça, de fraternidade e de fraternidade humana.

É assim que abraço, e assim que festejo este título, sabendo que entrego a alguém uma homenagem que apenas servirá como um instrumento e não como um fim. E que significa as tristezas, os sonhos, mas, sobretudo, a tenacidade de uma gente que viveu uma época e que não se esqueceu dos compromissos históricos que assumiu. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE: Passo, novamente, a Presidência ao Ver. Brochado da Rocha.

 

O SR. PRESIDENTE: Convido o Ver. Nilton Comin, autor da proposição, a fazer a entrega do título honorífico de Cidadã Emérita à Sra. Mercedez de Moraes Rodrigues.

 

(O Sr. Nilton Comin procede à entrega do título.) (Palmas.)

 

Convido a Sra. 1ª Secretária desta Casa, Verª Gladis Mantelli, a entregar o Troféu “Frade de Pedra”, que traduz o apreço da população porto-alegrense a todas as pessoas que, de alguma forma, prestam serviço à comunidade. Historicamente traduz a hospitalidade nossa, uma vez que representa um símbolo de fraternidade e boas-vindas.

 

(A Sra. 1ª Secretária procede à entrega do Troféu “Frade de Pedra”.) (Palmas.)

 

A Câmara de Vereadores da Cidade de Porto Alegre terá a honra de ouvir a sua Cidadã Emérita Mercedez de Moraes Rodrigues.

 

A SRA. MERCEDEZ DE MORAES RODRIGUES: (Menciona os componentes da Mesa.) Meu caro amigo Alfredo Fedrizzi, Presidente da TVE; meu caro amigo, brilhante administrador público, Luiz Antônio Proença, Coordenador Estadual da SEAC; Presidentes dos Sindicatos, de Entidades Comunitárias, de Associações, de Clube de Mães, Lideranças todas comunitárias que aqui estão presentes, abrilhantando este momento; meus queridos pais, Franco e Elvira; meus irmãos, que estão aqui, também, assistindo a este ato, e minha filha Camila, representando os demais irmãos. Meus amigos da LBA, amigos que, hoje, partilham comigo as preocupações, companheiros de trabalho, crianças aqui presentes, que dão um toque todo especial a este ato. Vereadores desta Casa, meu caro Ver. Nilton Comin, autor da proposição, que me coloca, pela primeira vez, numa situação até de constrangimento e até de preocupação sobre a responsabilidade que recai sobre mim neste momento. Meus amigos, minhas amigas, companheiros, companheiras, colegas da Procuradoria-Geral do Estado. Minha querida Rejane Filippi, colega de tantas lutas e outras que vêm pela frente. Quando cheguei aqui nesta sala, e quando vi neste Plenário, no qual pressenti, porque não vi, além das cabeças, dos braços, das pernas das pessoas que estavam aqui, corações pulsando, vi mensagens explícitas em alguma faixas, quando eu cheguei aqui nesta sala e sentei àquela Mesa, eu senti que a noite tinha sido uma boa conselheira, quando, nos meus pensamentos, tinha me determinado que eu escrevesse algumas linhas para lê-las aqui, porque, naquele momento em que assomei a esta sala e senti aquela pulsação, senti carinho, realmente, nos que aqui estavam presentes e percebi que, se não fossem as linhas ora escritas, talvez eu fraquejasse, talvez me faltassem as palavras e talvez eu, que sou indicada como aquela que fala sempre, não falasse neste momento. A noite me aconselhou bem e eu tenho algumas palavras para ler, aqui, depois da emoção que foi ouvir os Vereadores que me saudaram  e que, naquele desfile de oratória, mas naquele desfile, também, de mensagens tão diferentes, cada um deles, de uma forma muito especial, eu identificava como companheiro de alguma outra luta que passou, ou que continua. Escrevi, para dizer a vocês o seguinte: (Lê.)

“Na cidade antiga, como relata Coulanges, as mulheres não eram cidadãs. Também não eram cidadãos os negros, os escravos, os menores e até os não- proprietários. Eram os primeiros, os ‘minoris’, donde minoria que qualifica até hoje os grupos discriminados que não titulam todos os direitos ou vantagens sociais. Mesmo sendo majoritário em seu número, são ‘minorias’, social e culturalmente falando.

Nos dias atuais, todos somos cidadãos. O princípio da igualdade perante a lei não mais admite que se separem pessoas em categoria livre e escravos, de senhores e servos da gleba, de príncipes e vassalos. Mas persiste, na substância, a ausência de cidadania real para muitos brasileiros.

Porque, se o cidadão é aquele que participa e frui da urbe, da cidade, não têm status de cidadão os que são forçados à marginalidade. Não goza do status de cidadão o homem ou a mulher que não tem acesso a condições dignas de sobrevivência. Não alcança o status de cidadão a criança abandonada, nem o velho desvalido. Não intitulam o status de cidadãos mulheres e negros, inferiorizados por condição de sexo ou raça.

Redescobrir a humanidade intrínseca e peculiar a cada um desses indivíduos, resgatando os direitos fundamentais e sociais de pessoas, famílias e comunidade é a luta a que se atiram muitos brasileiros nos dias que correm. Cessado o pesadelo da repressão política e do Estado policial que silenciou tantas vozes neste País, durante tantos anos, o desafio que persiste é o de o nosso povo se livrar dos grilhões que o mantêm no permanente estado de necessidade, de carência e de privação.

Essa luta é uma luta de muitas trincheiras; é um caminho de muitas instâncias. É nesse caminho, é nessas trincheiras que se forja a organização das forças populares. Porque todos temos consciência de que a libertação do povo não é tarefa de um, de poucos ou de alguns. A libertação do povo e a conquista dos seus direitos é um processo a ser vivido pelo próprio povo.

Esse processo marcha no País em passos que se aceleram na medida em que cresce a participação popular e as demandas organizadas dos trabalhadores e de suas entidades. Os sindicatos e federações, associações de moradores, os clubes de mães, as associações de mulheres, as uniões e conselhos comunitários, são as instâncias de projeção institucionalizada dessa luta. É uma luta, na origem reivindicante, mas que projeta em sua trilha a consciência política dos grupos. Com a mais profunda fé e com ardente convicção me sinto envolvida nessa luta.

É nessa caminhada que levamos antes em outros lugares, na vida estudantil, no magistério de 1º grau, na Universidade, na advocacia e defesa dos direitos humanos, na Procuradoria-Geral do Estado, na Ordem dos Advogados, no movimento de mulheres, no meu Partido, hoje na LBA; é precisamente no meio dessa caminhada em busca da cidadania para tantos, que a cidadania emérita, distinção da egrégia Câmara de Vereadores de Porto Alegre, vem ao nosso encontro. Apenas formalmente a homenagem da Casa do Povo é pessoal. Na verdade, a láurea pertence e deve ser creditada à comunidade.

Sei que o meu estimado amigo e, por isso mesmo, suspeito indicador da homenagem, o combativo Ver. Nilton Comin, assim como os demais ilustres integrantes nesta Casa, tiveram em consideração o trabalho de nossa gestão à frente da LBA. Pois nessa condição, talvez o único ato que nos possa ser atribuído foi o gesto de abrir ao povo as portas dessa quase cinqüentenária instituição oficial.

Daí para diante, foi a integração das comunidades e grupos organizados com os servidores e equipe da LBA que produziram e continuam a produzir resultados.

Como agência para o desenvolvimento social, acreditamos ser esse o nosso papel: elemento facilitador e propiciador da participação e da organização comunitária.

Assim, penso que o ato de hoje testemunha uma vitória do povo de Porto Alegre, do povo trabalhador e simples de nossas vilas e bairros populares, das lideranças e das instituições sociais, que demonstram saber o que querem, criando e construindo soluções para seus problemas mais candentes, desde que se lhes possibilitem meios e instrumentos até então inacessíveis.

A homenagem é assim coletivizada para abranger os verdadeiros sujeitos dessa história. Nem por isso ela deixa de tocar-nos fundo os sentimentos. Pelo contrário: o coletivo e o social sempre tiveram para mim uma dimensão mais profunda que o individual.

Antes de aqui chegar, me dizia o coração que nada poderia me emocionar tanto como a presente ocasião em que esse esforço e esse trabalho são lembrados pela comunidade, na representação dos nobres Vereadores.

Para os representantes do povo, trago a minha preocupação, que é a mesma de centenas de milhares de pessoas que aqui vivem.

Quero que esta Cidade no futuro represente para as crianças e para os jovens o que a pequena cidade do interior em que nasci representa para mim hoje: um espaço de acolhimento e de vida! Desejo que as crianças voltem a brincar nos jardins de Porto Alegre e que os nossos velhos possam contemplar esses jardins e essas praças onde outrora brincaram.

Desejo que a atribulação dos que se apinham nas paradas e nos ônibus em torvelinho ceda lugar a uma locomoção digna, num sistema viário moderno que retome a humanidade do bonde Duque ou Gasômetro.

Como Leopardi, quero admirar da varanda de minha casa as ‘vagas estrelas da ursa maior’, mas não quero como o poeta afirmar que vivo numa aldeia selvagem. A segurança e o bem estar de nossa comunidade passam obrigatoriamente por uma correta gestão do poder público e pela democrática participação de todos os segmentos da sociedade da nossa ‘mui leal e valorosa Porto Alegre dos Casais’.” Obrigada a todos. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Quero, uma vez mais, em nome da Câmara Municipal de Porto Alegre, agradecer a todas as senhoras e a todos os senhores que, com suas presenças, não só gratificaram este ato, mas gratificaram, sobremaneira, a Câmara de Vereadores de Porto Alegre.

Quero agradecer as autoridades que compõem esta Mesa e a todos, mormente ao Requerente desta Sessão, Ver. Nilton Comin, que propôs a presente outorga, e por último desejar que a nossa nova Cidadã Emérita tenha nas suas ações, nas suas práticas, o êxito que sempre teve pelo seu denodo.

Outrossim, queremos deixar registrado a honra de ter nesta Mesa a companhia de Hélio Rodrigues, que para esta Cidade tanto representa e tanto ilustra. Dizendo, por fim, que é com enorme pesar que encerro esta Sessão, porque se não foi um momento de sonho descrito pela nossa homenageada, ela fez com que a Cidade e algumas pessoas, num determinado momento, parassem e refletissem, fazendo pulsar os seus corações de um lado e viver num mundo de fraternidade que desejávamos.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Nada mais havendo a tratar, estão encerrados os trabalhos.

 

(Encerram-se os trabalhos às 19h01min.)

 

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